João Carlos M. Madail
Orçamento familiar em debate para 2023
Por João Carlos M. Madail
Conselheiro do Corecon-RS e diretor da ACP
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Viver é uma dádiva divina, mas do ponto de vista ecológico, sociológico ou econômico, viver tem um custo, pois pressupõe o uso de diferentes tipos de recursos, seja para produzir alimentos, vestimentas, medicamentos, moradia, instrução, lazer e tantas outras necessidades primárias ou secundárias. Como diz a frase popular que remonta as décadas de 1930 e 1940, "there is no free lunch", ou "não existe essa coisa de almoço grátis", tradução literal que expressa a ideia de que é impossível conseguir algo sem dar nada em troca.
Para muitas pessoas, sejam elas de qualquer classe social, lidar com o dinheiro representa grande dificuldade. Quando se trata de pessoa assalariada, responsável pela manutenção dos familiares com uma única fonte de renda, a dificuldade aumenta quando chegam as contas do aluguel, conta de água, de luz, fatura de cartões, boletos, mercado de alimentos e outros tantos nem sempre previsíveis. Nesse caso e em outros tantos, o importante é criar um orçamento familiar no sentido de organizar a saúde financeira e evitar percalços.
De maneira geral, o orçamento familiar nada mais é do que a organização e o controle de todas as finanças da família. Nele devem ser levadas em consideração todas as despesas da casa, assim como a renda total. Nada melhor para debater com a família a questão orçamentária no início de um novo ano. O planejamento financeiro familiar é fundamental para fazer o melhor uso do dinheiro e não enfrentar dificuldades. Entende-se que a primeira ação a ser colocada em prática é reunir a família que se beneficia diretamente do recurso que a sustenta para que compreendam a importância de criar e seguir um orçamento. Todos podem contribuir com o processo elencando objetivos e definindo metas e traçando estratégias para que o orçamento possa ser cumprido.
Para melhor organização e visualização das ações de gastos, é recomendável que se utilize aplicativos, planilhas do Excel ou, em último caso, cadernos comuns, acessíveis a todos para os registros pontuais de todo o tipo de gasto. De posse da receita advinda da principal fonte ou possíveis complementos, comparada às despesas reais, a família terá a facilidade de rever certos gastos que possam comprometer o orçamento. A primeira experiência com os registros orçamentários proporcionará à família traçar o diagnóstico das suas finanças, promovendo mudanças ou priorizando aquilo que for realmente necessário. Os itens que não possuem tanta necessidade devem ser descartados por um período, até atingir o objetivo final.
Educadores financeiros sugerem que as pessoas priorizem seu controle financeiro a partir da renda líquida que recebem e recomendam: controlar o impulso no uso do cartão de crédito; reduzir luxos, sabendo dosar gastos e aproveitando melhor os ganhos; agir de imediato, não prorrogando iniciativas para o próximo mês e deixando de usufruir da felicidade o mais rápido. Pessoas que conseguem viver dentro dos seus orçamentos são pessoas felizes, têm qualidade de vida, são seguras, conseguem planejar o futuro com entusiasmo.
Existem vários estudos sobre educação financeira disponíveis nas redes sociais ou cursos presenciais recomendados para quem tem dificuldades de lidar melhor com o dinheiro. O dinheiro não é a única possibilidade de conseguir algumas coisas, mas é a possibilidade mais viável para muitas formas de satisfação, e também a mais prática. Com dinheiro você tem a possibilidade de troca imediata por algo que possa lhe trazer realização pessoal. O dinheiro tem a capacidade de mediar a satisfação das necessidades humanas, individuais e sociais, alienadas historicamente ao sistema da apropriação individual da riqueza na sociedade moderna.
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